A Guerra dos Mundos

Em um mundo além do nosso, num universo fora da compreensão humana, um Império, sem um nome ou título, existe. Esse Império é dividido em dois grandes reinos: Trevas e Luz. O Reino das Trevas liderado pela nobre casa real de Von Einzenberg, conhecida por sua linhagem pura e por ser a única que se manteve no poder mesmo após sucessivas guerras, O Reino da Luz pela casa de Lennartz, que antes da queda dos antigos governantes era uma família do fogo. Dentro de ambos os reinos existem duas províncias: Sobre o domínio das trevas, água e ar, e sobre o domínio da luz, fogo e terra.

Tudo estava em paz nos últimos dez mil anos. Mas a paz não dura para sempre. Quando o Anjo da Morte se levanta de seu descanso eterno, cabe a cinco jovens, escolhidos pelo destino, impedi-lo de atingir seu objetivo. Entretanto, o Anjo da Morte está disposto a tudo para conseguir o que deseja.

Mesmo que isso signifique iniciar uma guerra entre os mundos.

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Então a ideia dessa história me surgiu faz um tempo, eu escrevi já quatro capítulos no PC e mais dois, que ainda faltam passar para o computador. Claro que como toda história tem seus clichês, mas eu prometo que no meio e tudo, será diferente, ou pelo menos irei tentar. Enfim, são seis partes, espero que gostem e não deixem de acompanhar u_u'

Eu gostei muito do prólogo <3 Quero ver mais x3

Obrigada Takeru xD
Espera mais alguém comentar que posto o cap 1 x3~

Gostei muito Aegina, parece interessante ^^

Sentada no banco de veludo vermelho da carruagem negra com detalhes em vermelho vinho e puxada por quatro pégasos negros, uma garota com os cabelos loiros claros levemente ondulados chegando à metade de suas costas, a franja delicada que teimava em cair sobre seus belos olhos bordô arroxeados, a pele era lisinha como a de um bebê e os traços, uma boneca de porcelana. Usava um diadema preto num cabelo com um laço do lado direito da mesma cor dos olhos indo até o busto. Vestido preto com um laço na lateral e sapatilha preta com um salto baixo. Observava a paisagem da pequena janela sem muito interesse, como se nada fosse novo para ela. Sua expressão era um misto de tédio com um toque de irritação. Alegria? Palavra sem significado, pelo menos quando se tratava de Alethea Von Einzenberg.

Porque, por Ananke e Chronos, ela tinha uma escola de gente tão... Tão sem classe? Ela era a futura Dark Lady, governante do Reino das Trevas do Império e queriam rebaixá-la a insignificante Escola Real? Quem sua mãe e sua querida madrinha pensavam que eram para fazer aquilo com ela?

Ah, a Dark Lady e a própria Imperatriz. Isso não importava. Elas iam pagar de todo jeito por tal ato, decidiu-se a jovem de dezesseis anos.

No banco do outro lado, outra garota – da mesma idade- a observava com certa curiosidade e não pode deixar de rir baixo. Assim como a amiga era loira, mas num tom mais vivido, seu cabelo estava preso num rabo de cavalo alto, a franja jogada para o lado direito da face, usava uma presilha de estrela deste mesmo lado, seus olhos eram verdes claros. Alethea percebeu e instintivamente virou-se para a amiga, com uma sobrancelha arqueada.

-Gostaria de saber qual a graça da minha situação. - Sua voz era tão fria que qualquer criancinha sairia correndo de medo. - Se a senhorita pudesse me informar, por favor. –O tom de sua voz, apesar de frio, carregava algo a mais. Sarcasmo. Ela se orgulhava de seu talento para este tipo de arte, mas ela era uma Von Einzenberg, esse dom para ironia vinha naturalmente. Junto à arrogância. A outra deu um sorriso de canto dos lábios.

-Ora, é engraçado ver a toda poderosa Princesa Alethea ser rebaixada a Escola Real!- Retrucou com tom de brincadeira, mas ao ver o olhar gélido da outra, parou. - É só que não te imagino lá, cresci com você para saber que a escola não é um lugar que você se adaptaria bem. - Suspirou, a princesa deu apenas um sorriso de lado, e ajeitou a postura na cadeira.

-Não me adapto bem a lugares com um bando de negligentes metidos quando não são nada aos meus pés, ah que coisa linda! Não acha minha cara Elyse?- A com rabo de cavalo rodou os olhos e murmurou algo que nos ouvidos de Alethea chegou como “Ela não muda nunca”. Ficaram em silêncio por um momento. Aquela garota, Elyse de Renoir, há quanto tempo a conhecia? Desde pequena, ela estava lá, sempre que a jovem herdeira do trono precisou. Ela era grata, e adorava a amiga como a irmã que nunca teve.

Alethea voltou a observar a paisagem. O Império era dividido em dois grandes reinos: Trevas e Luz. Dentro desses dois, existiam duas províncias: Ar e Água eram domínios da Escuridão, Fogo e Terra da Luz. Havia o Território Neutro, onde se situava a Cidade Imperial e a Escola Real. Ser herdeira de um reino inteiro era muita responsabilidade, mas ela não podia fugir com o seu dever. Era a última herdeira de sua família, a dinastia mais antiga e poderosa entre todas as outras, a única que desde o princípio havia governado a escuridão sem nunca caírem, as outras sempre houve outra antes delas. Talvez por ter sido criada sobre as rígidas leis da sua casa, e por ter crescido ouvindo insultos a sua mãe que talvez Alethea tenha se tornado como toda Von Einzenberg: Séria, autoritária, aristocrática e fria.

Perdida em seus pensamentos, a carruagem foi, aos poucos, perdendo altitude e parou em terra firme. O cocheiro abriu a porta e murmurou para a princesa.

-Vossa alteza, chegamos à Escola Real. - E dizendo isso, foi pegar as malas para o ano infernal que teria que suportar.

Elyse sorriu para ela, como se quisesse dizer: Vai dar tudo certo. Alethea sabia que não. Se tiver uma coisa que ela não era, era ser otimista. A Princesa das Trevas ajeitou as roupas e desceu, arregalando os belos olhos.

Não era nada como ela pensava.

Era pior.


OBS: Os capítulos não tem nome. O nome negritado no começo é o POV Character. Ou o sobre o ponto de vista de que personagem o cap se passa.

Alethea e Elyse:

Spoiler:

Gostei muito *OO* Quero ler mais <33

Mudos -q

como já disse, adoro a história <3
poste logos os próximos capítulos ~

Adorei, adorei e adorei *-* muito bom, mesmo xD

Alexander Lennartz estava no pátio da Escola Real, andava e cumprimentava algumas pessoas que passavam por perto, as meninas geralmente suspiravam. Observou, num dos cantos, Elliot Ryan, um dos seus grandes amigos, se agarrando com uma menina. Aquele canalha não tinha jeito mesmo, pensou enquanto uma menina acenou para ele e o garoto de cabelos castanhos e olhos castanhos avermelhados, era bonito e chamava a atenção, era o príncipe herdeiro do trono da Luz. E o rei da escola. Entretanto, nenhuma das meninas era qualificada o suficiente para ser sua rainha. Estava um tanto distraído, observando os novatos, quando alguém tocou em seu ombro e ele virou-se, assustado.

-Juliette! Você quer me matar, é? –Perguntou e a garota riu. Era uma das melhores amigas de Alexander, de cabelos cor de mel levemente encaracolados e compridos, olhos esverdeados e usando óculos de armações finas, negras.

-Matar o príncipe da luz? Só se eu fosse doida. - Disse e se espreguiçou. O garoto rodou os olhos, preguiçosa, com uma leve tendência a querer saber de tudo, Juliette Serystinn não era da nobreza, nem chegava a ter um título, mas a Imperatriz havia convidado-a através de uma carta para estudar lá. Como uma das poucas que não dava a mínima para Alex, eles logo se tornaram amigos.

-Posso entrar na conversa?- Perguntou uma voz um tanto divertida, os amigos viraram e deram de cara com um garoto de cabelos pretos, bem cortados e belos olhos azuis. Também era bonito como Alex, mas esse tinha milhares de garotas fazendo filinha atrás dele, esperando. Alexander notou Juliette rodar os olhos.

-Quantas já no primeiro dia de aula, Elliot?- Perguntou Julie.

-Sete. -Ele sorriu orgulhoso. –Quer ser a oitava Sra. Ryan esse ano, querida?

-Vá à merda. –Retrucou simplesmente e os três caíram na risada.

Algumas pessoas os olhavam, mas ignoravam. O tempo os havia ensinado que com aquele trio, não era muito interessante mexer. Alex não era vingativo, nenhum pouco, mas Juliette não media esforços para esculachar quem a ofendia e Elliot tinha uma irmã que bem... Podia ser definitivamente assustadora. O Lennartz sentiu um frio da barriga só de lembrar-se de Megan Elizabeth Ryan.

Deu graças aos deuses por ela estar longe de vista.

-Hey, Alex, olha aquela ali. - Elliot apontou para uma loira que estava de costas, acompanhada de outra que parecia indiferente a tudo que acontecia em sua volta. Alexander sorriu de lado. A roupa e os cabelos mostravam que, além de bonita, a garota deveria pertencer à nobreza imperial. Perguntou-se se ela era uma habitante do Reino da Luz. Se fosse, provavelmente seria uma honra que o príncipe tentasse conquistá-la.

Ele era cara de pau em alguns assuntos, às vezes igualando a Elliot. Caminhou até ela e abraçou-a pela cintura, a bela se virou com um leve susto e os olhos bordô arroxeados indignados se encontraram pela primeira vez, com os cativantes castanhos avermelhados.

-Solte-me. Agora. - A voz gélida de Alethea soou Alexander a olhou sem compreender. Aquela voz era frio feito gelo, mas havia certa melodia e raiva nela.

-E por quê? A maioria das pessoas se rende ao meu charme. -Respondeu e ela não deixou barato.

-Não sou a maioria das pessoas. -Disse apenas, ainda irritada. Ele apenas riu. - Do que é que você pensa que está rindo?

-Só de sua face angelical. - Respondeu e ela ficou vermelha de fúria. - A propósito, sou Alexander Lennartz, ao seu dispor, querida. - Falou piscando um olho para ela. Por um momento, percebeu que os belos olhos daquela curiosa menina brilharam de forma estranha, e que a face da outra loira que os observava se tornou obscura.

-Ah, o tarado do príncipe da luz. - Sussurrou baixo. Alex a olhou com a sobrancelha erguida. Por trás dele, Elliot foi se aproximando, e perdendo a cor que tinha no rosto só de ver a mancada que havia cometido. Alethea olhou por cima do ombro do príncipe e viu o Ryan, deu um leve sorriso de lado e o outro garoto soube o que fazer, no mesmo instante.

-Alex, solte-a, pelo amor dos deuses. -Pediu Elliot, mas o príncipe riu.

Alethea então decidiu tomar uma ação. Empurrou e ele a soltou instintivamente, depois observou ela se virar para Elyse.

-Vamos. -Quase que ordenou, a outra loira rodou os olhos.

-Hmm... Vou ficar aqui um tempinho, vai falar com a diretora, te encontro depois. - A princesa fez que sim com a cabeça e adentrou no castelo. Elyse se virou para Alexander, Elliot e uma recém chegada Juliette e suspirou, falando em seguida. - Olha, Elliot, você sabe que eu não tenho nada contra você. Agora você Lennartz... –Ela fez uma pausa rápida e o olhou com os olhos cheios de rancor e ódio do que Alex jamais tinha visto. - É melhor tomar cuidado. Só isso e... Ah me lembrei! Elliot, se vir a Meg, diga que estou à procura dela, ok? Até breve!-Disse acenando com um leve sorriso e entrou no castelo.

Alexander ficou meia hora tentando processar a cena, Elliot tocou no seu ombro e o príncipe tomou coragem em perguntar:

-Quem é ela? Quer dizer, não a que saiu, quero saber a de negro. - O outro suspirou, e apenas deu uma resposta vaga.

-Você em breve irá descobrir, mas te aviso Alex que ela não é qualquer outra garota que você já tentou. Essa menina, eu e ela... - Ele não teve coragem de terminar ao ver o amigo com um sorriso nos lábios. - Oh inferno, você já decidiu.

Alex riu. Ele sempre tinha o que ele queria, sempre.

Ele iria tê-la, era apenas uma questão de tempo.


Alexander, Elliot e Juliette:

Spoiler:

Adorei, está brutal

Estava deitada em sua cama no quarto. Alethea deveria estar com a diretora. Mas agora ela mais queria é se matar por não ter estrangulado o Lennartz quando teve chance. Elyse se martirizou baixo. NÃO. Isso levantaria muitas suspeitas sobre ela, e o que menos desejava era ter soldados do Reino na Luz na sua porta. Não de novo. Já era ruim o suficiente ter que usar um feitiço para os olhos, não queria que descobrissem a verdade. Suspirou se lembrou da mãe a empurrando para o armário, e de como acabou sendo acolhida por Catherine em seu castelo. A Dark Lady era uma mulher que ela nunca iria compreender.

Bastarda, indigna, impura. Esses nomes era o que seu próprio povo usava contra ela, contra aquela mulher tão bondosa, mas que ao mesmo tempo triste, só por ter cabelos prateados e seus olhos da cor do céu. Ela não era uma Von Einzenberg, o povo dizia. Elyse não sabia se acreditava ou não. Ela respeitava Catherine e adorava Alethea, mas às vezes se sentia sufocada por ter que caminhar na sombra da princesa. Não entenda mal, ela era realmente amiga dela, mas o jeito superior da herdeira do trono diversas vezes a incomodava, entretanto, Elyse de Renoir tinha medo de confrontá-la, tinha pânico que Alethea resolve-se usar seu segredo contra ela.

Máscaras e mais máscaras. O jogo tão usado no Reino da Escuridão, um jogo que ela não compreendia, sua essência estava para sempre ligada à luz. Perdida no meio daquele baile, ela procurava uma porta de escape, uma saída de seu mundo tão pequeno. Amava Alethea como uma irmã, ignorava seus pecados, talvez as feridas abertas nela fossem muito maiores do que ela jamais falasse, mas por mais que sentisse isso por ela, Elyse continuava se sentindo acorrentada á sombra de Alethea.

De vez em quando, quando olhava as estrelas de seu quarto, ela chorava, lembrando-se deles.

O conhecimento do que eles fizeram por ela. Aquilo a mantivera viva.

E deitada em sua cama, olhando o teto mais uma vez, lágrimas apareciam no canto de seus olhos esverdeados.

Alguém abriu a porta com delicadeza, mas a loira percebeu e viu, na porta, uma menina de cabelos lisos e castanhos escuros, brilhantes olhos azuis claros, que tinha um leve sorriso nos lábios.

-É bom te ver de novo, El. - Sua voz soou amigável, como a de uma amiga, um ombro que Elyse poderia desabafar sem medo de ser julgada, mas a protegida da Dark Lady apenas respondeu com um sorriso entristecido. – Você está bem?- Ela se preocupava. A Renoir ficava feliz quando alguém lhe perguntava se estava bem.

-Não se preocupe comigo Megan. - Respondeu a pergunta, mas também não deu espaço para a menina continuar questionando. – Divido o quarto com você e com a Alethea?- Perguntou, porque estranhava que as coisas da princesa não estivessem ali ainda.
A morena sentou-se na cama ao lado da de Elyse e fez que não com a cabeça.

-Eu, você e a Juliette. Parece que deram um quarto especial a Alethea: O da torre. - A loira pensou por um momento, se aquilo na verdade não teria sido uma exigência da melhor amiga.

E não falaram mais nenhuma palavra durante um bom tempo. O silêncio consolava seu coração. A porta se abriu de vez, e Alethea entrou no quarto, olhando para as duas.

-Megan!-Falou um pouco mais animada que o normal e abraçou a morena. Elyse observava com pesar a cena, mas logo fez sua cara ficar a desinteressada de sempre, e soltou:

-Que comoventes vocês duas, e que demora foi essa Alethea? – Sua voz soou com um tom de divertimento. A princesa das trevas se virou e fuzilou-a com o olhar, entretanto, Elyse apenas deu de ombros, embora por dentro lutasse contra a vontade de deixar a máscara cair, desabar e confessar sua inutilidade.

-A diretora me pediu para fazer o discurso hoje á noite. - Alethea suspirou. - Odeio falar em público. Odeio uma plateia toda olhando para mim. Mas ela se ajoelhou e implorou, mulher sem o mínimo de respeito para com posição que ocupa.- Reclamou e Megan, do nada deu uma gargalhada sinistra.

Uma coisa sobre Megan Elizabeth Ryan: Mais instável que água. Pode ser uma fofa meiga ou uma psicopata de uma hora para outra.

-Vai ser hilário! Você vai fazer a própria diretora se ajoelhar e dizer que você é sua alteza real, herdeira do trono da escuridão, Alethea Von Einzenberg! Oh deuses, isso é tão animador!-E continuou rindo. Elyse rodou os olhos, e pensou se aquilo era por causa da família de Meg.
Megan nunca tivera uma mãe. Aquela de lhe deu a luz, Miranda Arwell, governante da província da Água nunca deu a mínima para os filhos gêmeos, eles nasceram e foram para o custódio pai.

Alethea olhou para a janela e notou a penumbra.

-A cerimônia vai começar em poucos minutos. Vamos?-Ela perguntou. Megan sorriu e levantou-se, sorrindo meigamente e saltitando. Os olhos bordô arroxeados a fitaram, Elyse nem se preocupou em olhar, apenas respondeu:

-Já vou. Vão à frente. -Alethea e Megan saíram, e a loira voltou a ficar sozinha.

De repente, sua visão perdeu foco. Enxergou um homem saindo da escuridão e sentando-se num trono feito de imagens de pessoas mortas das formas mais cruéis possíveis, mais gente sofrendo aos seus pés, gritando e cantando uma música fúnebre, e ele ria. Segurava uma foice nas mãos e enquanto Elyse estava vendo aquilo, parecia que estava sendo torturada. Seu corpo contorcia-se de dor na cama, e ela ouviu um sussurro, uma voz fria e cruel:

"O pesadelo só está começando...".

Elyse do nada e gritando, voltou a si, seu corpo tremia, entretanto os gritos de desespero dos mortos ecoavam em sua mente com clareza. Olhou para as mãos trêmulas e viu uma imagem de estrela no pulso, coisa que ela não tinha. Ainda tremendo pelo que havia visto, levantou-se e cambaleando, foi em direção ao teatro da Escola Real.

O dom da luz, que nos faz enxergar mais que os outros, é uma dádiva.

Mas também uma maldição.


Megan:

Spoiler:

Gostei muito de todos os capitulos <3 Continua ~

Gostei, a Megan é foufa xD

Ele, Elliot e Juliette estavam sentados na primeira fila do grande auditório. Dos anos que havia passado ali, Alexander tinha feito todos os discursos, menos na vez que a Imperatriz tinha vindo pessoalmente. Esse ano, ele não havia sido convidado. Perguntava se a diretora tinha algum plano ou se outra pessoa iria fazer. Mas quem era tão importante quanto ele? Olhou para o lado e viu Julie e Elliot discutindo. De novo. Ele adorava tirá-la do sério. Uma pessoa em especial, chamou sua atenção.

Ela vinha pelo corredor principal, o cabelo loiro preso num rabo de cavalo, mas parecia que tinha acabado de levar um grande choque. O príncipe se perguntou o que deveria ter sido. Ao lado dela, viu Megan se aproximar e colocar um braço ao redor dos ombros dela e desatar a falar. Elyse apenas deu um meio sorriso, ela não pareceu por um momento a garota que ele viu no pátio. Elliot percebeu o olhar de Alexander e riu.

-Aquela é Elyse de Renoir. - Falou com simplicidade. Juliette se virou para ele com uma sobrancelha erguida.

-Renoir? Nunca ouvi falar desse nome na alta nobreza. - Respondeu ajeitando os óculos.

-É porque, Julie querida, ela é do Reino das Trevas. Até onde eu sei. -Disse com calma.

Alexander decidiu entrar na conversa.

-Ela e a Megan parece que se conhecem há anos.- Elliot riu daquilo, e Alex arqueou uma sobrancelha.

-Eu a conheço desde que tinha sete anos. - Juliette o olhou com curiosidade.

-Então, ela é da nobreza do Reino das Trevas? Isso significa que a outra, de preto que o Alex quer também é?- Alexander prestava atenção na conversa, aquilo sim poderia ser algo interessante.

-Sim ela é...

Elliot não pode terminar de falar, os tambores soaram e a diretora entrou no palco. Uma mulher baixa, de cabelos ruivos curtos, olhos roxos e pele branca. Seu nome era Mélisande Russel. Com um sorriso calmo, ela começou seu discurso. Opinião de Alex sobre o discurso? Entediante.

-Boa noite a todos os veteranos e novatos. É com muita alegria que os recebemos na Escola Real. Esse lugar foi fundando há milênios pelo primeiro grande Imperador, nós sobrevivemos à era das trevas, e continuamos firmes e fortes. E é com alegria que convido para fazer o discurso, sua alteza real... – Alexander se levantou, e já ia caminhando para o palco. - Princesa Alethea Von Einzenberg, herdeira do trono da escuridão!- Alex estancou. Juliette ria descontroladamente da cara dele, Elliot estava branco e do outro lado
Elyse também ria, satisfeita.

Então veio o choque.

A garota que apareceu no palco era a mesma que ele tinha decidido ir atrás.

O mundo só podia conspirar contra ele. Só podia.

Observou aquele ar altivo dela, enquanto se posicionava naquele lugar de fazer discurso. Ela se posicionou e sua voz soou fria e cortante. O príncipe se sentou e olhou para Elliot, com raiva no rosto.

-Você sabia e não me avisou quem era ela?- Elliot suspirou, o príncipe viu que ele sabia que havia escondido, e agora queria um bom motivo. Entretanto, que falou foi Juliette.

-Porque é mais engraçado ver sua cara de besta e rir nessa droga do que você já saber!-E deu uma gargalhada.

Alexander virou a cara e viu Elyse se levantar abruptamente e caminhar para fora do teatro. Alexander ergueu uma sobrancelha e voltou-se para os amigos, e disse:

-Eu vou ali. Não me sigam. - Juliette e Elliot estranharam, mas concordaram e Alex saiu, caminhando a passos rápidos. Do lado de fora, no pátio aberto com uma gramínea, viu Elyse de pé, fitando o muro e o que estava ali o assustou.

Era uma coisa de pele morta, o rosto metade branco e a outra metade, o cabelo era branco e liso, usava algo como uma túnica preta até os pés, longas asas de demônio. De seus pés, que, diga-se de passagem, era puro osso, escorria um líquido roxo. Alexander achou aquela criatura o bicho mais feio que já viu na vida, e Elyse estava lá, aterrorizada. A criatura soltou uma gargalhada e olhou para os dois.

-Humanos... Almas para me alimentar!-E dizendo isso, avançou na direção de Elyse. Alexander, num ato de impulso,correu e a empurrou. Os dois caíram no chão e ela se levantou rápido o olhando com ódio.

-O que você pensa... - Ele a interrompeu.

-Ofensas agora não! Já notou a situação?- A criatura avançou de novo, e dessa vez os dois foram para lados diferentes. Mas então, algo aconteceu. Do chão saíram vinhas com espinhos e prenderam os dois, os sufocando. Alexander contorceu-se de dor.

A criatura riu cruelmente então, se apresentou:

-Sou Laverna, serva de meu senhor Thanatos! Ele vai adorar duas almas novas de que famílias são? Um Lennartz e uma Sai... – Alexander viu Elyse arregalar os olhos, a demônio foi interrompida pela luz que saía da palma da mão da loira. Os espinhos recuaram e o corpo dela brilhou por um momento, depois a luz se tornou mais fraca, e o príncipe do reino da luz arregalou os olhos. Ela estava completamente diferente.

O cabelo loiro estava solto e levemente encaracolado, sem franja com um diadema prateado. Os olhos verdes brilhavam, usava um arco e flecha prateado na mão, uma saia preta de pregas na metade das coxas, botas curtas brancas, uma blusa tomara que caia também branca e colada ao corpo, um casaco de malha prateado. E longas asas de anjo. Laverna arregalou os olhos e gritou:

-Não, não, não! É impossível!- Alexander sentiu então de repente o corpo esquentar, e uma queimação nas costas, ele contorceu-se de dor e fechou os olhos, era como se o fogo estivesse o consumido por dentro.

Abriu os olhos e viu as chamas ao seu redor, logo elas explodiram e ele viu que assim como Elyse, estava diferente. Usava uma armadura completa negra com detalhes vermelhos, o cabelo estava o de sempre, mas seus olhos estavam vermelho feito fogo, não via, mas sabia que era verdade. Na sua mão, uma longa lança rubro negra.

-Há ok, isso é legal. -Alex percebeu Elyse revirar os olhos, Laverna olhava para os dois, espantada.

-Ignis e Lux... Isso significa que em breve Aqua, Terra e Aer irão despertar... Os Guardiões do Equilíbrio... Chronos e Ananke são muito espertos. – O sorriso da serva era macabro. -Nos veremos em breve, guardiões. - E desapareceu, deixando os dois olhando para o vácuo.

Eles não tiveram tempo de falar absolutamente nada, porque alguém falou antes.

-Mas o que, pelos sete infernos, está acontecendo aqui?- Perguntou a voz fria de Alethea. Logo atrás dela vinham Juliette, Elliot e Megan, todos pareciam um tanto chocados com o que acabavam de presenciar.

Mélisande, ao ver como Alex e Elyse estavam, praguejou baixo.

-Alexander, Elyse, Juliette, Megan, Elliot na minha sala. Agora. - Sua voz foi séria, e saiu andando. Alexander arqueou uma sobrancelha. O que a velha Mel poderia saber sobre aquilo?

Já ia atrás dela quando uma voz soou:

-Esperem aí, e eu?- Perguntou uma indignada Alethea. A diretora se virou, e falou com todo o respeito que pode na visão do príncipe.

-Sinto muito princesa, mas Lady Catherine me mataria se deixasse você se envolver em algo tão perigoso assim. Desculpe-me. -E dizendo isso se virou novamente.

Viu Elyse suspirar e seguir a diretora, Alex olhou para trás mais uma vez, para ver uma Alethea boquiaberta e vermelha de fúria.

Depois, seguiu a diretora.

Está fixe

Obrigada xD

O quarto da torre era gigantesco. Coberto de veludo negro com detalhes vermelhos do jeito que a princesa gostava. Mas nem isso amenizava sua gigantesca indignação. Ela poderia muito bem mandar uma carta endereçada a sua madrinha, Freya Stormshadow, ou simplesmente a Imperatriz reclamando da diretora e da ousadia dela de deixá-la de fora. Aquilo era um absurdo!

Jogou-se na cama e ficou a olhar o teto. Suspirou. Quando estava sozinha, gostava de imaginar como havia sido maior parte de sua infância, ela havia perdido toda a memória até seus seis anos de idade, quando acordou no meio do castelo de Von Einzenberg, sem saber onde estava. Ou quem era. Foi Catherine que apareceu a seu lado e lhe disse que era sua filha, princesa herdeira do Reino das Trevas, e que aquela amnésia foi por causa de um grande trauma que havia passado, mas que agora estava tudo bem.

Fechou os olhos e rezou aos deuses para que não tivesse sonhos. Sempre que os tinha era cada um mais estranho que o outro, imaginou se eles seriam suas memórias perdidas, mas sempre que tentava alcançá-los... Pareciam escapar de suas mãos, e era por isso que Alethea os odiava tanto, por mais que tentasse nunca se lembrava claramente deles. Rezou novamente, e mergulhou no que ela acreditou que fosse ser diferente do que os outros.

Como sempre fez.

Primeiro veio à escuridão profunda e gelada, com se estivesse imersa nas águas do norte. Pouco a pouco ela foi se dissipando, dando lugar a um lugar que os olhos da princesa não podiam acreditar que fosse real. Uma gigantesca sala de mármore cor de marfim, suportada por quatro grandes pilares e uma grande cúpula que deixava alguns raios de sol entrar. No centro, havia um trono feito de ouro maciço, onde estava sentada a mulher mais bela que Alethea jamais pensou que um dia pudesse existir.

Era uma figura elegante, com o porte de uma Rainha, seus cabelos eram longos e completamente lisos –sem nenhuma marca- ultrapassavam claramente seus pés descalços. Seu rosto e feições eram delicados, sua pele era branca e lisa, também reluzia um pouco sob o sol. Seu cabelo era decorado com flores frescas, seu vestido parecia que a cada segundo mudava de cor, usava uma tiara dourada na cabeça, e seus olhos eram penetrantes e roxos.

Ao vê-la, a mulher levantou-se no ato e deu um passo a frente, abriu a boca para falar, mas uma única coisa saiu:

-Alethea...- A voz era doce como os cheiros das flores na primavera, mas o sonho logo acabou, e o que veio a seguir fez o sangue da princesa gelar.

Um céu nublado, o sol não aparecia, a floresta ao seu redor era escura e sombria, estava de pé no meio de um lago de águas negras, na mais completa penumbra. Então, algumas vozes, incrivelmente estridentes e perturbadoras começaram a sussurrar:

"É sua culpa, sua culpa!" a princesa das trevas olhou ao redor, mas não havia ninguém. Começou a ficar nervosa, tentou se mover, mas não conseguia sair do lugar. Algo prendia seus pés.

-Eu não fiz nada!-Falou alto olhando ao redor.

"Nossa morte é sua culpa Princesa do Crepúsculo! SUA CULPA!" Berraram mais vozes, cada vez mais, vozes completas de desespero e medo.

-Não, não! Eu nunca matei ninguém!-Disse a beira do desespero.

"Sem misericórdia! A culpa é tua princesa! Está na hora de pagar pelo que cometeu!" Então, do lago, começaram a sair mãos tanto físicas quanto espectrais, puxando-a para as profundezas, Alethea se debateu, sem sucesso.

-Pelos Deuses! Eu não matei ninguém, eu juro, EU JURO!- Berrou histérica, mas de anda adiantou. Chorava desesperada, ela não tinha feito nada. Foi puxada para as profundezas do lago por aquelas almas, ouvia seus choros e gritos.

Então despertou num grito. Seu corpo tremia.

Ficou em posição fetal, e lágrimas de desespero caiam de seus olhos, enquanto a princesa chorava de desespero.

As vozes dos mortos ressoavam em sua mente claramente, chorando e atormentando sua mente.

Sem nunca parar, sem nunca acabar.

Adorei <3 posta o resto -qq

Adorei amiga @