Capítulo IV
Hoje de manhã por uma vez na vida passei um tempo calmo, sem ter de me esconder ou lutar.
A Condessa de Ségur convidou-me para visitar o seu palácio, aproveitei e falei com o Edward que era o sobrinho da Condessa.
-Que bom ver-te de novo Cattie!
-Não me chames issso! Sou Catherine.
-Como quiseres, o que querias dizer-me?
-A Madame Sulivan escreveu-me uma carta, quer convocar-nos juntamente com o Henry, a Elizabeth e a Lucy. Já recebes-te a tua?
-Sim, hoje de manhã mal me levantei tomei conhecimento dessa mensagem.
O jardineiro entrou carregado com um grande cesto de fruta.
Deu-nos os bons dias e seguiu para o andar onde a condessa estava a assinar os seus documentos.
Só para saberem a ideia de espiar foi do Edward não minha! Então, devagarinho subimos e por poucos minutos ouvimos a conversa.
Quando ouvimos passos que se dirigiam á porta escondemo-nos bem rápido.
Segundo ouvi a Condessa pediu ao Lázio que deixasse a fruta numa salinha que estava fechada á chave e claro que lhe deu a chave.
Quando ele ia abrir a porta e governante chamada Núria apareceu e pôs-se á frente de Lázio de modo que ele não pode abrir a porta.
-O que pensa que está a fazer Lázio?
-Ora Núria, a Senhora Condessa pediu-me que pusesse a fruta naquela salinha.- Disse ele num tom sereno - Já não é aberta á tanto tempo que a Senhora Condessa pensava em abri-la e fazer um lanchinho com a senhora de Fleurville e Rosbourg.
-Pois a sala ainda não está pronta. – Disse ela tirando o cesto da fruta das mãos de Lázio – Eu ponho a fruta ali, pode ir!
O pobre Lázio não quis ser mal criado e cumpriu a ordem de Núria.
Eu e o Edward percebemos que Núria estava a esconder algo, mas calamo-nos bem caladinhos e descemos as escadas para o andar de baixo para que ninguém notasse a nossa ausência.
-E agora o que fazemos? – Perguntava Edward
- Pede á tua tia que te deixe partir em viagem.
-Para que?
-Para informar-mos os outros, a casa onde moro agora é um pouco longe, mas teremos de ir até lá.
-Onde é?
-Para com as perguntas! É perto do templo da Senhora Fichini.
Depois de alguma conversa eu e o Edward tomamos uma decisão.
Ele iria partir amanhã, iria para a “minha” casa e ficaríamos lá até conseguirmos contactar com os outros.
Ao princípio a Condessa achou estranho e fez uma cara de desconfiada, mas quando contamos que tínhamos recebido uma carta da nossa antiga mestra Sulivan ela concordou.
Capítulo V
Já passaram três dias, pelo caminho para o palácio de Sulivan apanhamos Henry e Elizabeth.
Agora já só faltava a Lucy, de maneira que partimos em sua busca pela aldeia onde sabíamos que ela vivia.
Claro que estava vida porque aquela era uma das poucas aldeias que não tinham sido bombardeadas.
Nós parecíamos a irmandade dos estranhos!
Todos encapuçados e a entrar na aldeia atrás uns dos outros…
Por fim chegamos á casa da Lucy, acabou a humilhação!
Eu cheguei-me para a frente e bati á porta duas vezes, do outro lado ouvi passos que certamente eram da Lucy que vinha abrir a porta.
-Quem são vocês? – Perguntou Lucy olhando atentamente para nós.
-Somos nós Lucy! – Respondi tirando um bocado do capucho para puder mostrar a cara.
-Entrem depressa! – Exclamou Lucy ficando preocupada.
Nós lá lhe fizemos a vontade e entramos rapidamente todos tiramos as capas e fomos com Lucy para a sala de estar.
-Quem fazer por aqui?
-Viemos buscar-te! – Respondeu Henry
-Agora precisamos de ti… - Afirmou Elizabeth bebendo um pouco de chá que Lucy trouxera
-Porque estavas tão preocupada Lucy?
-É assim Catherine… Ultimamente vi muitos servos da Sulivan.
-E recebes-te uma carta dela não foi?!
-Isso! Como sabias Edward?
-Todos recebemos uma igual. – Respondeu ele
E por ai adiante a conversa foi-se prolongando como se não ouvesse amanhã.
-Bem, então eu vou convosco!
-Muito obrigada Lucy!! – Exclama-mos em coro
Finalmente a hora de partir chegou.
A Lucy também pôs uma capa com capucho e acompanhando-nos sai mesmo atrás de nós com a mochila dela.
Na altura tivemos de caminhar bastante e por fim chegamos a casa da senhora de Fleurville que tinha respondido “Sim” ao pedido de passar lá dois dias que lhe tínhamos feito.
Realmente a senhora era muito boazinha, um pouco mais velha que a condessa mas isso é normal uma vez que a condessa Ann de Ségur é bastante novinha.
Chegamos ao fim da tarde a casa da Senhora de Fleurville, arrumamos as nossas coisas nos devidos quartos e preparamo-nos para ir jantar com a senhora de Fleurville.